sexta-feira, 29 de abril de 2011

Quando e como se deu o processo de privatização no Brasil?

A partir do início da década de 1990, ocorreu a venda do controle de mais de 100 empresas e concessionárias de serviços públicos (na foto ao lado, FHC com o martelo do leilão do sistema Telebrás). Foi importante porque diminuiu a participação do Estado na economia e tornou os serviços mais eficientes e baratos. Também serviu para recuperar empresas que caminhavam para a falência.

Quais foram as principais empresas
privatizadas pelo governo brasileiro? 

A Embraer, a Companhia Vale do Rio Doce, o sistema Telebrás (composto por 27 empresas de telefonia fixa e 26 de telefonia celular), a Light e Companhia Siderúrgica Nacional certamente estão entre os negócios mais vultosos do processo nacional. Vale lembrar que bancos estaduais foram federalizados e, em seguida, passados ao controle privado. É o caso do Banespa, antigo Banco do Estado de São Paulo, o cearense BEC, e o maranhense BEM. Além disso, vários estados comandaram seus próprios processos de desestatização.

Sob nova direção, as empresas
trouxeram benefícios ao país?


Sim, em muitas áreas. A mais emblemática delas talvez seja a da telefonia. Quando as empresas privadas de telefonia entraram no mercado, em 1998, encontraram apenas 22 milhões de telefones em operação no país. A instalação demorava cinco anos e uma linha chegava a custar 8.000 reais. Em menos de uma década, o acesso entrou no caminho da universalização: até o fim de 2005, já haviam 125,7 milhões de aparelhos em funcionamento - entre telefones fixos e celulareS

Quanto o governo brasileiro já faturou
com a vendas das antigas estatais? 


Até 2005, os negócios ultrapassaram 90 bilhões de dólares. Há ainda ganhos adicionais facilmente percebidos, como transferência de dívidas para os novos donos, além de outras vantagens de difícil contabilização, como aumento de arrecadação - fruto dos novos investimentos e do conseqüente crescimento do faturamento das companhias.
Houve setores que enfrentaram
problemas com a privatização?
A privatização não foi suficiente para colocar nos trilhos a malha ferroviária brasileira. Na primeira fase, o atendimento piorou, e as metas de segurança não foram cumpridas por mais da metade das empresas concessionárias. Havia ainda outro problema adicional no setor: os contratos de privatização não previam punição para aquelas faltas. Outra crítica freqüente é em relação ao reajuste das tarifas cobradas da população. Baseados em índices de inflação, alguns aumentos passaram, com o tempo, a pesar mais no bolso do consumidor - caso, por exemplo, dos pedágios cobrados nas rodovias. Deve-se lembrar, porém, que os reajustes estavam previstos em contrato.

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