INVASÕES ESTRANGEIRAS:
FORMAÇÃO
DA UNIÃO IBÉRICA (1580-1640): Com a morte de D. Sebastião da dinastia de Avis,
em Alcácer-Quibir no norte da África, na luta contra os mouros, em 1578,
acontece uma crise sucessória, em virtude da falta de descendentes desta
dinastia. O problema foi resolvido provisoriamente com a entrada do tio-avô, D.
Henrique, que iria a falecer dois anos depois.
Felipe
da dinastia dos Habsburgos e rei da Espanha, era o mais parente mais próximo de
D. Sebastião I (ambos netos de Dom Manoel I, o venturoso), conseguindo vencer
Catarina de Orleans e Bragança, passando a acumular o domínio das duas coroas.
Para
assumir a coroa portuguesa, Felipe II foi obrigado a assinar o Tratado de Tomar
(Respeito a língua oficial portuguesa na Metrópole e nas colônias lusitanas e
não interferir economicamente no comércio lusitano).
Carlos
I da Espanha ou Carlos V do Sacro Império Romano Germânico, pai de Felipe II,
chegou ao poder do Império Católico, derrotando Francisco I, da França e
Henrique VIII, da Inglaterra. Representante maior da contra-reforma espanhola,
tentou determinar o controle político sobre os monarcas europeus que reagiram.
A Espanha entra em conflito com a França, e de forma surpreendente acaba
derrotada.
Felipe
II estabelece o Tratado de Cateau-Cambrésis com Henrique II da França.
Após a
União Ibérica, Felipe II se torna extremamente poderoso, levando a Espanha ao
seu apogeu e radicalizando a ação da contra-reforma na Europa. Este Extremismo
ocasionou o choque da Espanha em três Frentes:
1- Contra a França governada por Henrique IV (ex-protestante
huguenote). Este episódio acabou gerando a guerra dos Trinta Anos, onde os
Bourbons franceses derrotaram os Habsburgos espanhóis, ocupando o Sacro Império
Romano Germânico;
2- Contra a Inglaterra governada por Elisabeth I, resultando na
derrota da “Invencível armada” da Espanha, para os piratas ingleses liderados
por Sir. Francis Drake;
3- Contra os países baixos, divididos em 17 reinos. O
conde de Alba implantou o Conselho Sangrento
ligado ao Tribunal do Santo Ofício na região, principalmente contra os
Calvinistas da Igreja Reformada, no entanto os sete reinos do Norte (eram 17
reinos), liderados por Guilherme de Orange, se uniram na União de Utrecht,
resultando no aparecimento da Holanda, em 1581.
INVASÃO
HOLANDESA NO BRASIL: Felipe II revoltado
com a independência da Holanda, expulsa os batavos da região. Estes
participavam do projeto açucareiro do Brasil desde a montagem da colonização,
através do financiamento, refinação, transporte e distribuição.
A
primeira reação dos holandeses foi através do ato de pirataria saqueando o Rio
de Janeiro através da Cia. das Índias Orientais, visando a ocupação do comércio
de especiarias com a Índia. Deste momento, um grupo de holandeses (Bôeres),
criaram uma colônia na África do Sul.
Mais
tarde, criaram a Cia. das Índias Ocidentais com a finalidade de ocupação da
produção açucareira no Brasil.
Os
holandeses liderados por Willekens, Heyn e Dorth, escolheram a capitania da
Bahia (Local da sede administrativa - Salvador - e da 2º maior produção da
colônia), derrotando o governador Diogo Mendonça Furtado.
O governo
holandês na Bahia, com Dorth, durou apenas 1 ano (1624-1625), pois a
resistência do interior, liderada por D. Marcos Teixeira e a esquadra espanhola
liderada por D. Fradique de Toledo, acabou expulsando os holandeses da Bahia.
A
INVASÃO HOLANDESA EM PERNAMBUCO: Cerca de 7.000 homens invadiram Pernambuco
(principal capitania produtora de açúcar e com menor proteção militar),
derrotando o efetivo militar da região governada por Mathias de Albuquerque que
segue para o interior, usando a “Tática da Terra Devastada” ou “Arrasada”
(colocavam veneno nas águas, queimavam as produções e fugiam para o interior),
onde funda o “Arraial de Bom Jesus” (Centro irradiador da ação de guerrilha
durante cinco anos consecutivos praticamente esmorecendo o efetivo holandês
prestes ao abandono da região).
Este
panorama se reverte com a prisão de Domingos Fernandes Calabar, onde este acaba
informando a localidade do arraial, permitindo o domínio efetivo da região -
“Traição de Calabar”.
ADMINISTRAÇÃO
NASSOVIANA (1637-1644): Maurício de Nassau Siegen foi indicado pela WIC como
representante holandês no Brasil.
Político
hábil e grande diplomata, Maurício de Nassau inicia uma política de boa
vizinhança , anistiando as dívidas brasileiras contraídas com Portugal,
estipulando 18% de juros e reativando engenhos desativados.
A
nível político-administrativo, dominou praticamente todo o nordeste (com
exceção da Bahia), dando o nome de Nova Holanda; criou o Conselho dos Escabinos
(espécie de Câmara Municipal), liderados por um esculteto.
A
nível religioso determinou a liberdade de culto.
A
nível econômico, ocupou com a WIC as feitorias africanas, interrompendo o
tráfico de escravos para a parte brasileira dominada pela Espanha. Os espanhóis
foram obrigados a articularem a escravidão indígena. Estes eram emboscados nas
reduções (Locais de índios guaranis aculturados pelos Jesuítas), pela ação dos
bandeirantes.
A
nível cultural, trouxe o primeiro observatório astronômico, primeiro jardim
botânico e Zoológico, primeira biblioteca; obras de embelezamento de Recife,
fundação da cidade de Maurícia etc...
INSURREIÇÃO
PERNAMBUCANA (1644-1654): O atraso no pagamento das dívidas brasileiras
contraídas com a Holanda, estava causando prejuízo para a WIC, irritados com a
benevolência de Nassau e com o desperdício de recursos em obras na colônia para
a autopromoção do governador.
Acuado
pela WIC acaba renunciando, sendo substituído por 3 representantes, iniciando
uma política de exploração direta da Nova Holanda.
A
revolta contra a mudança de posicionamento da WIC acontece primeiro no
Maranhão, mas acaba se fortalecendo em Pernambuco, com a liderança de André
Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira, o índio Felipe Camarão (Poti) e o
negro Henrique Dias.
A
trégua de dez anos realizada por Portugal com a Inglaterra, França e Holanda no
processo de restabelecimento de sua autonomia, determinou a luta política dos
nordestinos contra os holandeses, principalmente nas guerras dos Guararapes.
A
situação veio a se modificar para os brasileiros quando em 1651 o lorde
protetor Oliver Cromwell estabeleceu o ato de navegação (tratado internacional
que determinava a primazia comercial marítima da Inglaterra ou das metrópoles
em relação ao comércio com as suas respectivas colônias). Os holandeses
prejudicados pela medida, foram obrigados a abrirem duas frentes de batalhas
com os brasileiros e com os ingleses, sendo derrotados em ambas.
CONSEQÜÊNCIAS
DA EXPULSÃO DOS HOLANDESES:
1- Os holandeses levaram a técnica do açúcar para as Antilhas,
local mais próximo do mercado consumidor, gerando a queda gradativa do açúcar
brasileiro;
2- Formação do sentimento nativista no Brasil, em virtude da
ausência de auxílio inicial português, na luta contra os holandeses.
A
INVASÃO FRANCESA NO BRASIL: Motivados pela União Ibérica, os franceses inimigos
da Espanha, resolveram fundar uma 2º colônia francesa no Brasil - a colônia da
França Equinocial.
Liderados
por Daniel de La Touche entraram em contato com náufragos franceses da região.
Ao
estabelecerem a colônia, fundaram São Luís como capital. Esta colônia teve
curta duração, onde acabam expulsos pelas tropas lideradas por Jerônimo de
Albuquerque.
Na
época da mineração, os franceses, através do ato de pirataria, saqueiam o RJ
(1710).
A
INVASÃO INGLESA NO BRASIL: Exclusivamente através do ato de pirataria com
destaque para o saque de Santos por Cavendish e de Recife por Lancarster.
RESTAURAÇÃO
PORTUGUESA: A partir de 1640, Portugal com auxílio da Inglaterra, França e
Holanda, recupera sua autonomia, colocando D. João IV, o recolonizador da dinastia
dos Orleans e Bragança no poder.
D.
João IV ao assumir a coroa portuguesa, encontra um império colonial destruído,
onde apesar da decadência do açúcar, o Brasil é a única região com capacidade
de retorno lucrativo.
Inicia
neste momento um recrudescimento do “pacto colonial” através principalmente da
criação do Conselho Ultramarino (Órgão interventor direto da metrópole sobre a
colônia).
O
conselho Ultramarino era composto por um presidente, um secretário, um
magistrado auxiliado pelos juízes-de-fora e uma legião de funcionários, com a
finalidade de intervir em todos os setores no Brasil.
O
Conselho Ultramarino era auxiliado por duas Cias. monopolizadoras: Cia Geral do
Comércio do Brasil (1647) e Cia. do Estado do Maranhão.
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