sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Preparatório IFPE PARTE 01


 PARTE 01

                  

               Questões: Republica Velha 

                                       


Nas questões de 01 a 05 utilize o código abaixo:

a) I, II e III são corretas
b) I, II e III são incorretas
c) I e II são corretas
d) I e III são corretas
e) II e III são corretas                             


01. (UFGO)



I. A suspensão dos alvarás que proibiam as manufaturas no Brasil permitiu que o país tivesse um considerável desenvolvimento industrial.



II. A pequena dimensão do mercado interno brasileiro e o baixo poder aquisitivo da população foi fatores que tolheram o desenvolvimento industrial brasileiro.



III. O grande momento no processo industrial brasileiro foi a II Guerra Mundial, quando se instaurou um sistema que significava mudança na estrutura da economia, principalmente em seu aspecto qualitativo.




02. (MACK)



I. As facções liberal e realista da época da independência brasileira conciliaram suas divergências para organizar e manter a unidade política do país.



II. Segundo alguns historiadores, Deodoro e Floriano desempenharam papel de simples substitutos do Poder Moderador, na mesma tradição centralizadora do Império, sem alterar as estruturas do país.



III. Os ressentimentos dos oficiais com a chamada Questão Militar, de 1884 – 1885, foram capitalizados em prol da causa republicana.




03. (UnB)



I. A principal característica da economia brasileira, segundo Celso Furtado, na primeira metade do século XX, é a emergência de um sistema cujo principal centro dinâmico é o mercado interno.



II. Ao desenvolvimento industrial brasileiro que sucede à prosperidade cafeeira, corresponde uma acentuada concentração regional de renda.



III. A integração do Nordeste à economia industrializada obedece a um planejamento prioritário que se iniciou no governo Vargas.




04. (PUCC)

I. A crescente procura de áreas favoráveis ao cultivo do café contribuiu para o povoamento da costa paulistana, em princípios do século XX.


II. O excesso de produção cafeeira agravou os problemas financeiros da República Velha.



III. A decadência do café nas regiões do Vale do Paraíba se iniciou a partir da queda da Bolsa em 1929.




05. (FUVEST)

I. O debate sucessório de 1910 se caracterizou pela reação às “candidaturas oficiais”.


II. As dissensões entre os grupos militares e oligarquia tradicional, que apoiaram a candidatura Hermes da Fonseca, culminaram na intranqüilidade política que caracterizou seu quadriênio.



III. O grupo mineiro do “Jardim da Infância” representou, no governo Afonso Pena, a reação ao “Bloco” de Pinheiro Machado.




06. (PUC) A Rebelião de Canudos foi fruto:



a) Do fanatismo religioso de populares sem condições econômicas de subsistência;

b) Do desejo de restaurar a monarquia portuguesa no Brasil;
c) Da conspiração de grupos conservadores;
d) Da organização de grupos de jagunços no sertão;
e) n.d.a.




07. (FMU) Rui Barbosa teve atuação destacada como ministro da Fazenda do Governo Provisório. Entre as medidas que implantou salienta-se:



a) Ampliação do crédito à lavoura, com indenização aos donos de escravos, em conseqüência da abolição;

b) Reforma do sistema de crédito, com incentivo ao setor industrial;
c) Política tarifária, estimulando a importação de bens de consumo interno;
d) Organização da legislação de sociedades anônimas, visando atrair investimentos estrangeiros no setor industrial.




08. (PUC) A base da economia brasileira durante a Primeira República foi o café e isto se deveu:



a) À mudança de regime político, à liberdade de ação dada aos proprietários pela Constituição e aos assalariados italianos;



b) Ao incentivo dado aos plantadores de café, á aceitação do nosso produto pela Inglaterra e à libertação dos escravos;



c) À decadência da industrialização, à Guerra de Secessão dos Estados Unidos e à decadência da mineração;



d) À qualidade das terras, ao clima favorável, à imigração européia e à aceitação do nosso produto no mercado externo.



e) n.d.a.




09. (PUC) O tenentismo constituiu um dos elementos básicos:



a) Da revolução brasileira de 1930;

b) Da guerra contra Rosas e Oribe;
c) Da guerra do Paraguai;
d) Da Questão Militar do II Reinado;
e) n.d.a.




10. (FACULDADES OBJETIVO) A partir da Revolução de 1930, desenvolveu-se definitivamente um novo  setor na economia brasileira:



a) café

b) indústria urbana
c) indústria do açúcar
d) exportação
e) n.d.a.

    nível intenso  - Quize com alta correção on line + comentários 
  no link abaixo : (caso não abra só copiar e colar  na area de pesquisa)
   http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/simulados/historia-republica-velha-10-questoes-546938.shtml?rs=p0uA2NvrPp1uA4NvrP&pn=Q2p




                                                 Era Vargas : Questões:


01. (FUVEST) O Brasil recuperou-se de forma relativamente rápida dos efeitos da Crise de 1929 porque:




a) o governo de Getúlio Vargas promoveu medidas de incentivo econômico, com empréstimos obtidos no Exterior;
b) o País, não tendo uma economia capitalista desenvolvida, ficou menos sujeito aos efeitos da crise;
c) houve redução do consumo de bens e, com isso foi possível equilibrar as finanças públicas;
d) acordos internacionais, fixando um preço mínimo para o café, facilitaram a retomada da economia;
e) um efeito combinado positivo resultou da diversificação das exportações e do crescimento industrial.
                               

02. (FUVEST) A política cultural do Estado Novo com relação aos intelectuais caracterizou-se:

a) pela repressão indiscriminada, por serem os intelectuais considerados adversários de regimes ditatoriais;

b) por um clima de ampla liberdade pois o governo cortejava os intelectuais para obter apoio ao seu projetonacional;

c) pela indiferença, pois os intelectuais não tinham expressão e o governo se baseava nas forças militares;

d) pelo desinteresse com relação aos intelectuais, pois o governo se apoiava nos trabalhadores sindicalizados;

e) por uma política seletiva através da qual só os adversários frontais do regime foram reprimidos.


03. A Era Vargas (1930 - 1945) apresentou:

a) O abandono definitivo da política de proteção ao café.
b) A crescente centralização político-administrativa.
c) Um respeito aos princípios democráticos, em toda sua duração.
d) Um leve "surto industrial", resultante da conjuntura da Grande Guerra (1914 - 1918).
e) Um caráter extremamente ditatorial, em todas as suas três fases.


04. A Europa dos anos 30 conheceu os extremismos resultantes do confronto ideológico entre os totalitarismos de esquerda e de direita. Eram representantes de direita (nazi-fascismo), no Brasil:

a) os aliancistas, reunidos em torno da Aliança Nacional Libertadora;
b) os "camisas-verdes" liderados por Luís Carlos Prestes;
c) os tenentes, que após a Revolução de 1930, tornaram-se defensores do Estado Fascista;
d) os integralistas, sob a liderança de Plínio Salgado, sonhavam com um Estado Totalitário;
e) os getulistas, adeptos de um Estado Forte, sob a liderança de Vargas.


05. Recuperação da autonomia, reconstitucionalização do País e nomeação de um interventor civil e paulista foram reivindicações que marcaram:

a) o movimento tenentista da década de 1920;
b) a reação da oligarquia paulista na Revolução de 1932;
c) as manifestações integralistas nos anos 30;
d) as intentonas comunistas de 1935;
e) as rebeliões promovidas pela ANL entre 1934 e 1937.


06. (FGV) "Redescobrir e revolucionar é também o lema do Verde-Amarelismo, que, antes de organizar-se no movimento Anta (Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia, Plínio Salgado) e materializar-se no ideário 'curupira', passa pela xenofobia espingardeira da Revista Brasília."

O texto acima fala de um movimento literário do Brasil dos anos 30, que tem correspondência político-ideológica com:

a) o Integralismo
b) o Marxismo-lenilismo
c) o Anarco-sindicalismo
d) o Socialismo Utópico
e) a Maçonaria


07. (UFRJ) A expressão Estado Novo foi empregada para identificar um fato histórico a partir do momento em que:

a) entrou em vigor a terceira Constituição brasileira, a de 1934;
b) foram reunidos num só os Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara;
c) Getúlio Vargas outorgou ao País a Carta de 1937, que lhe conferia plenos poderes;
d) assumiu a Presidência da república, Jânio Quadros;
e) assumiu a Presidência da República, João Goulart.


08. (MACKENZIE) Sobre o Estado Novo, é falso afirmar que:

a) DIP, DASP e Polícia Secreta constituíram órgãos de sustentação do regime;
b) a centralização política e a indefinição ideológica identificaram esta fase;
c) a legislação trabalhista garantia o direito de greve e autonomia sindical, mantendo o Estado afastado das relações capital e trabalho;
d) o crescimento industrial se fez em parte graças à concentração de renda, baixos salários e desemprego;
e) as oligarquias apoiavam o governo já que este garantia a grande propriedade e não estendia às leis trabalhistas ao campo.

09. (FUVEST) O período entre as duas guerras mundiais (1919 - 1939), foi marcado por:

a) crise do capitalismo, do liberalismo e da democracia e polarização ideológica entre fascismo e comunismo;

b) sucesso do capitalismo, do liberalismo e da democracia e coexistência fraterna entre o fascismo e o comunismo;

c) estagnação das economias socialista e capitalista e aliança entre os EUA e a URSS para deter o avanço fascista na Europa;

d) prosperidade das economias capitalista e socialista e aparecimento da guerra fria entre os EUA e a URSS;

e) a coexistência pacífica entre os blocos americano e soviético e surgimento do capitalismo monopolista.


10. Após a queda de Getúlio Vargas (29/10/1945) é eleito Eurico Gaspar Dutra e no primeiro ano de seu governo é concluída a:

a) Reforma Partidária;
b) Pacificação interna dos Estados;
c) Emenda Constitucional que consolida a Constituição de 1934;
d) Democratização do País;
e) Constituição, a quinta do Brasil e a quarta da República, em setembro de 1946.


Resolução:
01. E02. E03. B04. D
05. B06. A07. C08. C
09. A10. E




                                                         + QUESTÕES NIVEL MAIS INTENSO                                 http://www.professorclaudiomar.com.br/pdfs/ERAVARGAS.pdf   










segunda-feira, 27 de agosto de 2012

República Velha (1889 – 1930)


República Velha (1889 – 1930)
Os treze presidentes. Ao longo da República Velha, que é a denominação convencional para a história republicana que vai da proclamação (1889) até a ascensão de Getúlio Vargas em 1930, o Brasil conheceu uma seqüência de treze presidentes. O traço mais saliente dessa primeira fase republicana encontra-se no fato de que a política esteve inteiramente dominada pela oligarquia cafeeira, em cujo nome e interesse o poder foi exercido.
Desses treze presidentes, três foram vices que assumiram o poder: Floriano Peixoto, em virtude da renúncia de Deodoro da Fonseca; Nilo Peçanha, pela morte de Afonso Pena; e, finalmente, Delfim Moreira, pela morte de Rodrigues Alves, ocorrida logo após a sua reeleição.
Clique aqui e confira todos os presidentes do Brasil desde 1889 até os nossos dias ! ! !

Governo Provisório (1889-1891). Proclamada a República, na mesma noite de 15 de novembro de 1889 formou-se o Governo Provisório, com o Marechal Deodoro como chefe de governo. Eis o primeiro ministério da República:
• Interior: Aristides da Silveira Lobo;
• Relações Exteriores: Quintino Bocaiúva; • Fazenda: Rui Barbosa;
• Guerra: tenente-coronel Benjamin Constant;
• Marinha: Eduardo Wandenkolk;
• Agricultura, Comércio e Obras Públicas: Demétrio Nunes Ribeiro;
• Justiça: Manuel Ferraz de Campos Sales.

Primeiras medidas. O Governo Provisório, assim formado, decretou o regime republicano e federalista e a transformação das antigas províncias em "estados" da federação. O Império do Brasil chamava-se, agora, com a República, Esta­dos Unidos do Brasil - o seu nome oficial.
Em caráter de urgência, foram tomadas também as seguintes medidas: a "grande naturalização", que ofereceu a cidadania a todos os estrangeiros residentes; a separação entre Igreja e Estado e o fim do padroado; a instituição do casamento e do registro civil. Porém, dentre as várias medidas, destaca-se particularmente o "encilhamento", adotado por Rui Barbosa, então ministro da Fazenda.

O “encilhamento”. Na corrida de cavalos, a iminência da largada era indicada pelo seu encilhamento, isto é, pelo momento em que se apertavam com as cilhas (tiras de couro) as selas dos cavalos. É o instante em que as tensões transparecem no nervosismo das apostas. Por analogia, chamou-se "encilhamento" à poli­tica de emissão de dinheiro em grande quantidade que redundou numa desenfreada especulação na Bolsa de Valores.
Para compreender por que o Governo Provisório decidiu emitir tanto papel-moeda, é preciso recordar que, durante a escravidão, os fazendeiros se encarregavam de fazer as com­pras para si e para seus escravos e agregados. E o mercado de consumo estava praticamente limitado a essas compras, de modo que o dinheiro era utilizado quase exclusivamente pelas pessoas ricas. Por essa razão, as emissões de moeda eram irregulares: emitia-se conforme a necessidade e sem muito critério.
A situação mudou com a abolição da escravatura e a grande imigração. Com o trabalho livre e assalariado, o dinheiro passou a ser utilizado por todos, ampliando o mercado de consumo.
Para atender à nova necessidade, o Governo Provisório adotou uma política emissionista em 17 de janeiro de 1890. O ministro da Fazenda, Rui Barbosa, dividiu o Brasil em quatro regiões, autorizando em cada uma delas um banco emissor. As quatro regiões autorizadas eram: Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. O objetivo da medida era o de cobrir as necessidades de pagamento dos assalariados - que aumentaram desde a abolição - e, além disso, expandir o crédito a fim de estimular a criação de novas empresas.
Todavia, a desenfreada política emissionista acarretou uma inflação* incontrolável, pois os "papéis pintados" não tinham como lastro outra coisa que não a garantia do governo. Por isso, o resultado foi muito diverso do espera­do: em vez de estimular a economia a crescer, desencadeou uma onda especulativa. Os especuladores criaram projetos mirabolantes e irrealizáveis e, em seguida, lançaram as suas ações na Bolsa de Valores, onde eram vendidas a alto preço. Desse modo, algumas pessoas fizeram fortunas da noite para o dia, enquanto seus projetos permaneciam apenas no papel.
Em 1891, depois de um ano de orgia especulativa, Rui Barbosa se deu conta do cará­ter irreal de sua medida e tentou remediá-la, buscando unificar as emissões no Banco da República dos Estados Unidos do Brasil. Mas a demissão coletiva do ministério naquele mesmo ano frustrou a sua tentativa.

A Constituição de 1891


Características. Logo após a proclamação da República, foi convocada uma Assembléia Constituinte para elaborar uma nova Constituição, promulgada em 24 de fevereiro de 1891.
A nova Constituição inspirou-se no modelo norte-americano, ao contrário da Constituição imperial, inspirada no modelo francês.
Segundo a Constituição de 1891, o nosso país estava dividido em vinte estados (antigas províncias) e um Distrito Federal (ex-município neutro). Cada estado era governado por um “presidente”. Declarava também que o Brasil era uma república representativa, federalista e presidencialista.

A Consolidação da República (1891-1894)

“Em vez de quatro poderes, como no Império, foram adotados três: Executivo, Legislativo e Judiciário”.
Executivo, exercido pelo presidente da República, eleito por voto direto, por quatro anos, com um vice-presidente, que assumiria a presidência no afastamento do titular, efetivando-se, sem nova eleição, no caso de afastamento definitivo depois de dois anos de exercício.
Legislativo, com duas casas temporárias Câmara dos Deputados e Senado Federal que, reunidos, formavam o Congresso Nacional (...).
Judiciário, com o Supremo Tribunal Federal, como órgão máximo, cuja instalação foi providenciada pelo Decreto n° 1, de 26 de fevereiro de 1891, que também dispôs sobre os funcionários da Justiça Federal. Os três poderes exercer-se-iam harmoniosa, mas independentemente.”

Civis e militares. A República foi obra, basicamente, dos partidos republicanos - notadamente o de São Paulo -, unidos aos militares de tendência positivista. Porém, tão logo o grande objetivo foi atingido, ocorreu a cisão entre os "republicanos históricos" e os militares. As divergências giraram em torno da questão federalista: os civis defendiam o federalismo e os         militares eram centralistas, portanto partidários de um poder central forte.

A eleição de Deodoro. Conforme ficara estabelecido, a Assembléia Constituinte, após a elaboração da nova Constituição, transformou-se em Congresso Nacional, encarregado de eleger o primeiro presidente da República. Para essa eleição apresentaram-se duas chapas: a primeira era encabeçada por Deodoro da Fonseca para presidente e o almirante Eduardo Wandenkolk para vice, a segunda era constituída por Prudente de Morais para presidente e o marechal Floriano Peixoto para vice.
A eleição realizou-se em meio a tensões muito grandes entre militares e civis, pois o Congresso Nacional era francamente contrário a Deodoro. Em primeiro lugar, porque este ambicionava fortalecer o seu poder, chegando mesmo a se aproximar de monarquistas confessos, como o barão de Lucena, a quem convidou para formar o segundo ministério no Governo Provisório, após a renúncia coletiva do primeiro. Em segundo, devido à impopularidade de e ao desgaste de Deodoro, motivados pelas crises desencadeadas pelo "encilhamento", pelas quais, junto com Rui Barbosa, era direta mente responsável.
Prudente de Morais tinha a maioria. Teoricamente seria eleito. Contudo, os militares ligados a Deodoro fizeram ameaças, pressionando o Congresso a elegê-lo. E foi o que aconteceu, embora por uma pequena margem de votos. O vice de Deodoro, entretanto, foi derrotado por ampla diferença por Floriano Peixoto.

A renúncia de Deodoro. Deodoro, finalmente eleito presidente pelo Congresso, não conseguiu governar com este último. Permanente­mente hostilizado pelo Congresso, buscou o apoio dos governos dos estados. Na oposição estavam o mais poderoso dos estados - São Paulo - e o mais influente dos partidos - o PRP (Partido Republicano Paulista).
Em 3 de novembro de 1891, a luta chegou ao auge. Sem levar em conta a proibição constitucional, Deodoro fechou o Congresso e decretou o estado de sítio, a fim de neutralizar qualquer reação e tentar reformar a Constituição, no sentido de conferir mais poderes ao Executivo.
Porém, o golpe fracassou. As oposições - tanto civis como ' 'tares - cresceram e culminaram com a rebelião do contra-almirante Custódio de Melo, que ameaçou bombardear o Rio de Janeiro com os navios sob seu comando. Deodoro renunciou, assumindo em seu lugar Floriano Peixoto.

Floriano Peixoto (1891-1894). A ascensão de Floriano foi considerada como o retorno à legalidade. As Forças Armadas - Exército e Marinha - e o Partido Republicano Paulista apoiaram o novo governo. Os primeiros atos de Floriano foram: a anulação do decreto que dissolveu o Congresso; a derrubada dos governos estaduais que haviam apoiado Deodoro; o controle da especulação financeira e da especulação com gêneros alimentícios, através de seu tabelamento. Tais medidas desencadearam, imediatamente, violentas reações contra Floriano. Para agravar ainda mais a situação, a esperada volta à legalidade não aconteceu.
De fato, para muitos, era preciso convocar rapidamente uma nova eleição presidencial, conforme estabelecia o artigo 42 da Constituição, no qual se lia:

Art. 42 - Se, no caso de vaga, por qual­quer causa, da presidência ou vice-presidência, não houverem ainda decorrido dois anos do período presidencial, proceder-se-á à nova eleição.

Floriano não convocou nova eleição e permaneceu no firme propósito de concluir o mandato do presidente renunciante. A alegação de Floriano era de que a lei só se aplicava aos presidentes eleitos diretamente pelo povo. Ora, como a eleição do primeiro presidente fora indireta, feita pelo Congresso, Floriano simples­mente ignorou a lei.

O manifesto dos treze generais. Contra as pretensões de Floriano, treze oficiais (generais e almirantes) lançaram um manifesto em abril de 1892, exigindo a imediata realização das eleições presidenciais, como mandava a Constituição. A reação de Floriano foi simples: afastou os oficiais da ativa, reformando-os.

A revolta da Armada. Essa inabalável firmeza de Floriano frustrou os sonhos do contra-almirante Custódio de Melo, que ambicionava a presidência. Levadas por razões de lealdade pessoal, as Forças Armadas se dividiram. Custódio de Melo liderou a revolta da Armada estacionada na baía de Guanabara (1893). Essa rebelião foi imediatamente apoiada pelo contra-almirante Saldanha da Gama, diretor da Escola Naval, conhecido por sua posição monarquista.

A revolução federalista. No Rio Grande do Sul, desde 1892, uma grave dissensão política conduzira o Partido Republicano Gaúcho e o Federalista ao confronto armado. Os partidários do primeiro, conhecidos como "pica­paus", eram apoiados por Floriano, e os do segundo, chamados de "maragatos", aderiram à rebelião de Custódio de Melo.

Floriano, o Marechal de Ferro. Contra as rebeliões armadas, Floriano agiu energicamente, graças ao apoio do Exército e do PRP (Parti­do Republicano Paulista), o que lhe valeu a al­cunha de Marechal de Ferro. Retomando o controle da situação ao reprimir as revoltas, Floriano aplainou o caminho para a ascensão dos civis.

A "Política dos Governadores" e a Constituição da República Oligárquica


A hegemonia dos cafeicultores. Vimos anteriormente que a República tornou-se possível, em grande parte, graças à aliança entre militares e fazendeiros de café. Esses dois grupos tinham, entretanto, dois projetos distintos em relação à forma de organização do novo regime: os primeiros eram centralistas e os segundos, federalistas. Os militares não eram suficientemente poderosos para impor o seu projeto nem contavam com aliados que pudessem lhes dar o poder de que precisavam.
Os cafeicultores, ao contrário, contavam com um amplo arco de aliados potenciais e compunham, economicamente, o setor mais poderoso da sociedade. A partir de Prudente de Morais, que, em 1894, veio a suceder Floriano, o poder passou definitivamente para esses grandes fazendeiros. Mas foi com Campos Sales (189& 1902) que uma fórmula política duradoura de dominação foi finalmente elaborada: a "política dos governadores”.

A "política dos governadores". Criada por Campos Sales (1898-1902), a "política dos governadores" consistia no seguinte: o presidente da República apoiava, com todos os meios ao seu alcance, os governadores estaduais e seus aliados (oligarquia estadual dominante) e, em troca, os governadores garantiriam a eleição, para o Congresso, dos candidatos oficiais. Desse modo, o poder Legislativo, constituído por deputados e senadores aliados do presidente - poder Executivo -, aprovava as leis de seu interesse. Estava afastado assim o conflito entre os dois poderes.
Em cada estado existia, portanto, uma minoria (oligarquia) dominante, que, aliando-se ao governo federal, se perpetuava no poder. Existia também uma oligarquia que dominava o poder federal, representada pelos políticos paulistas e mineiros. Essa aliança entre São Paulo e Minas - que eram os estados mais poderosos -, cujos lideres políticos passaram a se revezar na presidência, ficou conhecida como a "política do café com leite".

A Comissão de Verificação. As peças para o funcionamento da "política dos governadores" foram, basicamente, a Comissão de Verificação e o coronelismo. As eleições na República Velha não eram, como hoje, garantidas por uma justiça eleitoral. A aceitação dos resultados de um pleito era feita pelo poder Legislativo, através da Comissão de Verificação. Essa comissão, formada por deputados, é que oficializava os resultados das eleições.  
O presidente da República podia, portanto, através do controle que tinha sobre a Comissão de Verificação, legalizar qualquer resultado que conviesse aos seus interesses, mesmo no caso de fraudes, que, aliás, não eram raras.

O coronelismo. O título de "coronel", recebido ou comprado, era uma patente da Guarda Nacional, criada durante a Regência, como já vimos. Geralmente, o termo era utilizado para designar os fazendeiros ou comerciantes mais ricos da cidade e havia se espalhado por todos os municípios.
Durante o Segundo Reinado, os localismos haviam sido sufocados pela política centralizadora, mas eles renasceram às vésperas da República. Com a proclamação e a adoção do federalismo, os coronéis passaram a ser as figuras dominantes do cenário político dos municípios.
Em torno dos coronéis giravam o membros das oligarquias locais e regionais. O seu poder residia no controle que exerciam sobre os eleitores. Todos eles tinham o seu "curral" eleitoral, isto é, eleitores cativos que votavam sempre nos candidatos por eles indicados, em geral através de troca de favores fundados na relação de compadrio. Assim, os votos despejados nos candidatos dos coronéis ficaram conheci­dos como "votos de cabresto”. Porém, quando a vontade dos coronéis não era atendida, eles a impunham com seus bandos armados - os jagunços -, que garantiam a eleição de seus candidatos pela violência.
A importância do coronel media-se, portanto, por sua capacidade de controlar o maior número de votos, dando-lhe prestígio fora de seu domínio local. Dessa forma, conseguia ob­ter favores dos governantes estaduais ou federais, o que, por sua vez, lhe dava condições para preservar o seu domínio.

O Crescimento do Mercado Interno


O mercado consumidor. Na última década do século XIX, o mercado de consumo se expandiu e se transformou estruturalmente devi­do à implantação do trabalho livre.
Conforme já mencionamos, na época da escravidão, os senhores concentravam o poder de compra, já que eles adquiriam os produtos necessários não apenas para si e sua família, mas também para os escravos. Assim, antes da maciça imigração européia, a parte mais importante do mercado de consumo era representada quase exclusivamente pelos fazendeiros.
A implantação do trabalho livre emancipou não apenas os escravos, mas também os consumidores, pois a intermediação dos fazendeiros, embora não desaparecesse completamente, começou, gradativamente, a perder importância. Consumidores, com dinheiro na mão, decidiam por si mesmos o que e onde comprar. Com isso, o mercado de consumo se pulverizou. Conforme veremos adiante, esse crescimento e segmentação do mercado de consumo exerceu uma pressão poderosa no sentido da modernização da economia brasileira.

A tradição da monocultura. Entretanto, o principal setor da economia - a cafeicultura - continuava crescendo dentro de padrões coloniais. Na verdade, a cafeicultura não apenas precisava preservar o caráter colonial da economia brasileira, mas também ajudava a mantê-lo. Como no passado, a economia cafeeira estava inteiramente organizada para abas­tecer o mercado externo, no qual, por sua vez, adquiria os produtos manufaturados de que precisava.
Esse padrão econômico tinha como conseqüência o fraco desenvolvimento tanto da produção de produtos manufaturados, mesmo os de consumo corrente, quanto da agricultura de subsistência.
Com o crescimento do mercado de consumo que se seguiu à abolição, as importações aumentaram, pois até produtos alimentícios eram trazidos de fora.

O endividamento externo. As exportações, todavia, não cresceram na mesma proporção, de modo que, para financiar as importações, o governo começou a se endividar continua­mente. Esses empréstimos eram contratados sobretudo na Inglaterra, que, assim, tornou-se a maior credora do Brasil. Enfim, chegou-se a um ponto em que as dívidas se acumularam a ponto de desencadear uma crise por falta de capacidade de o país saldar as suas dívidas externas.

funding loanEm 1898, antes mesmo de Campos Sales tomar posse, o ministro da Fazenda, Joaquim Duarte Murtinho, foi à Inglaterra renegociar a dívida. Conhecido como funding loan (empréstimo de consolidação), o acordo financeiro negociado com os credores consistiu no seguinte: o Brasil substituiu o pagamento em dinheiro por pagamento em títulos dos juros dos empréstimos anteriores e um novo empréstimo lhe foi concedido para criar condições futuras de pagamento dos débitos.

O estímulo à industrialização. Diante de tal situação, o governo federal adotou uma política para desestimular as importações. Acontece que, com a República, a arrecadação dos impostos fora dividida do seguinte modo: os esta­dos ficavam com os impostos sobre as exportações, e o governo federal com os impostos sobre as importações. Ora, desestimular as importações significaria diminuir as suas receitas. Por essa razão, o governo federal recorreu ao imposto de consumo, que já havia sido instituído, mas até então não tinha sido cobrado.
Observemos que a simples instituição do imposto de consumo indicava que o mercado de consumo já havia atingido dimensões significativas e revelava a expectativa do governo em relação ao seu crescimento. E isso testemunhava a importância já adquirida pelo mercado interno.
Devido aos problemas gerados pelo aumento do consumo, o governo federal foi obrigado a estimular a produção interna a fim de diminuir as importações. Esse problema não existi­ria se as exportações, principalmente do café, fossem suficientes para cobrir todos os gastos com as importações. Não era esse o caso. Entretanto, para que o modelo agroexportador fosse preservado, era necessário criar condições para o abastecimento através da produção nacional própria. Foi por esse motivo que a industrialização começou a ser estimulada no Brasil.

A Política de Valorização do Café


A organização da economia cafeeira. As fazendas de café estavam espalhadas pelo interior, distantes dos grandes centros urbanos onde a produção era vendida. Com as precárias condições de transporte, aliadas ao fato de que os fazendeiros administravam diretamente as suas propriedades, os cafeicultores acabaram delegando a terceiros (os chamados comissários) a colocação de sua produção no mercado.
Esses encarregados da negociação das safras nos grandes centros eram, de início, pessoas de confiança com a incumbência de realizar as operações no lugar do fazendeiro. Aos poucos, de simples encarregados, esses comissários começaram a concentrar em suas mãos as safras de vários fazendeiros, tornando-se importantes intermediários entre produtores e exportadores, em geral estrangeiros.
As casas comissárias que então se organiza­ram passaram a negociar em grande escala o café de várias procedências. Com o tempo, apareceu um novo intermediário: os ensacadores. Estes compravam o café das casas comissárias, classificavam e uniformizavam o produto, adaptando-o ao gosto dos consumidores estrangeiros e, finalmente, o revendiam aos exportadores.
Com a profissionalização dos comissários, estes começaram a atuar também como banqueiros dos cafeicultores, financiando a produção por conta da safra a ser colhida.
Por volta de 1896, esse esquema começou a mudar. Os exportadores (estrangeiros), com a finalidade de aumentar os seus lucros, passa­ram a procurar diretamente os fazendeiros para negociar a compra antecipada das safras. Com seus representantes percorrendo as fazendas para fechar negócio, essa nova relação entre produtores e exportadores indicava, na verdade, que o mercado brasileiro encontrava­se em fase de profunda transformação.
De fato, conforme o esquema até então vi­gente, os comissários não apenas intermediavam a venda das safras, como também intermediavam a compra dos fazendeiros nas grandes casas importadoras de produtos de consumo estrangeiros. O esquema, portanto, era o seguinte: fazendeiros - comissários - ensacadores ---c› exportadores/importadores comissários - fazendeiros.
A decisão dos exportadores em negociar a safra diretamente com os fazendeiros modificou também a forma de atuação dos importadores que, não dispondo mais do comissário que intermediava as compras para o fazendeiro, tive­ram de espalhar agentes e representantes de vendas pelo interior. O mercado ficou mais segmentado mas, em compensação, mais livre.

A crise de superprodução. Contudo, desde 1895, a economia cafeeira não andava bem. Enquanto a produção do café crescia em ritmo acelerado, o mercado consumidor europeu e norte-americano não se expandia no mesmo ritmo. Conseqüentemente, sendo a oferta maior que a procura, o preço do café começou a despencar no mercado internacional, trazendo sérios riscos para os fazendeiros.
Nos primeiros dois anos do século XX, o Brasil havia produzido pouco mais de 1 milhão de sacas acima da capacidade de consumo do mercado internacional. Essa cifra saltou para mais de 4 milhões em 1906, alarmando a cafeicultura.

O Convênio de Taubaté (1906). Para solucionar o problema, os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de janeiro reuniam-se na cidade de Taubaté, no interior de São Paulo. Decidiu-se então que, a fim de evitar a queda de preço, os governos estaduais interessados deveriam contrair empréstimos no exterior para adquirir parte da produção que excedesse o consumo do mercado internacional. Dessa maneira, a oferta ficaria regulada e o preço poderia se manter. Teoricamente, o café estocado deveria ser liberado quando a produção, num dado ano, fosse insuficiente. Ao lado disso, decidiu-se desencorajar o plantio de novos cafezais mediante a cobrança de altos impostos. Estabelecia-se, assim, a primeira política de valorização do café.
O governo federal foi contra o acordo, mas a solução do Convênio de Taubaté acabou se impondo. De 1906 a 1910, quando terminou o acordo, perto de 8 500 000 sacas de café haviam sido retiradas de circulação.
O acordo não foi propriamente uma solução, mas um simples paliativo. E o futuro da economia cafeeira continuou incerto.

Brasil - República primeiros anos

   Até hoje pairam dúvidas sobre as intenções do Marechal Deodoro da Fonseca ao ocupar o Ministério da Guerra . Grande amigo do imperador , pretendia ele acabar com a monarquia , ou apenas forçar a mudança do ministério ? Seja qual for a resposta , o fato é que, no dia seguinte, o Diário Oficial publicava o texto da proclamação da República e a composição do Governo provisório , com Deodoro da Fonseca no cargo de presidente. A República era então fato consumado. 
  Faltou a proclamação, é verdade , a participação popular Aristides Lobo, ministro do Governo Provisório, chegou a dizer que " o povo assistiu bestializado " ao movimento de tropas que colocou  fim á monarquia. Salvo pequenos incidentes , não houve reações importantes ao acontecimento nem grandes manifestações populares de apoio . O movimento de 15 de novembro foi resultado, principalmente, da iniciativa de uma nova elite interessada em chegar ao poder por meio do novo regime. O exército serviu apenas como força capaz de concretizar o objetivo. 
MARECHAL DEODORO 


O governo Provisório 

Presidido por Deodoro , o Governo Provisório suspendeu a constituição de 1824 e passou a governar por meio de decretos-leis (ato legislativo do poder executivo). No dia 16 ,  foi banida a família imperial , que deixou o país na madrugada do dia seguinte. 
  • EM RESUMO AS PRIMEIRAS MEDIDAS TOMADAS PELO GOVERNO PROVISÓRIO FORAM : 
  • estabeleceu a República federativa como regime político sob a denominação dos Estados unidos do Brasil ;
  • as províncias passaram a se chamar estados ;
  • as Assembléias Provinciais e as Câmaras foram dissolvidas;
  • nomeados novos governantes para estados e municípios;
  • criação da bandeira republicana com o lema positivista Ordem e Progresso;
  • concessão de cidadania brasileira aos estrangeiros aqui residentes( ato que ficou conhecido como a grande naturalização );
  • convocação de uma Assembléia Constituinte;
  • separação entre a igreja e o estado , instituição do casamento civil e secularização dos cemitérios 
  • reforma do código penal 
     Embora unidos na luta contra a monarquia os republicanos estavam divididos em relação a forma que deveria adotar o novo regime . Muitos civis queriam a convocação imediata de uma Assembléia Constituinte e a formação de um governo descentralizado e controlado pelo poder Legislativo . Já os militares positivistas     desprezavam as eleições e propunham a formação de uma ditadura republicana .
     A instabilidade política dos primeiros levou Deodoro a convocar a Constituinte em junho de 1890. Realizadas as eleições, a Assembléia Constituinte deu inicio aos seus trabalhos do dia 15 de novembro .

A constituição de 1891 

  A primeira constituição da República ( a segunda do Brasil ) foi promulgada em 24 de fevereiro de 1891. Inspirada na Carta Constitucional norte- americana, instituía a Republica Federativa como sistema institucional, o presidencialismo como forma de governo e o regime representativo, que permitia á população exercer o poder indiretamente, por meio  de representantes escolhidos em eleições diretas. 
   O presidente da República seria eleito por voto direto para um mandato de 4 anos . Eleitores do sexo masculino, alfabetizados e maiores de 21 anos. A exigência de alfabetização excluía da vida política a maior parte da população , já que nesse período poucos sabiam grafar seu próprio nome. Ainda segundo a Constituição o primeiro presidente deveria ser indicado pela Assembléia. Foram escolhidos Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto para os cargos de presidente e vice-presidente da República. 
   Seguindo o princípio federativo , a nova constituição delegava maior autonomia aos estados. Entre as novas atribuições, as unidades da federação ganhavam poderes para elaborar a própria Carta Constitucional , eleger seus governantes e estabelecer impostos sobre suas exportações. O governo central só poderia intervir nos estados para manter a ordem , a forma republicana de governo, fazer cumprir as leis ou enfrentar invasão estrangeira. 
   O poder do Estado ficou distribuído entre as três instituições clássicas da democracia representativa :
  • Executivo , exercido pelo presidente da República nos estados , a titular do poder era também chamado de presidente ;
  • Legislativo , Exercido pelo congresso Nacional, formado  por 2 casas, o Senado e a Câmara dos deputados , com titulares eleitos por voto direto ; no plano estadual , o legislativo estaria a cargo das Assembleias Legislativas ;
  • Judiciário , cujo principal órgão era o Supremo Tribunal Federal , secundado por juízes e tribunais federais nas diferentes regiões brasileiras; nos estados , tal poder seria exercido pelos tribunais e juízes estaduais .
  A República dos Marechais 

      Deodoro enfrentou dificuldades desde o momento em que assumiu o Governo Provisório . Para comandar a política econômica foi nomeado Rui Barbosa, que procurou incentivar a industrialização no país . Para isso , adotou medidas que aumentaram a emissão de papel moeda e facilitaram o crédito ás empresas . Conhecido como encilhamento , essa política provocou inflação galopante e instabilidade no mercado financeiro . 
          Em 1891 , o pais estava no auge da crise financeira. Era grande a especulação na Bolsa de Valores em consequência das facilidades de crédito , da liberdade dos bancos e das emissões exageradas da moeda. A situação provocou a desvalorização da moeda nacional em relação á libra esterlina e a falência de inúmeras empresas , trazendo a perda de grandes capitais e até mesmo das pequenas economias investidas nessas empresas.  Enquanto isso acreditava-se as disputas políticas entre civis e militares positivistas . Deodoro , acusado de autoritarismo entrou em rota de colisão com o poder legislativo . Em agosto de 1891, o Congresso começou a discutir projeto de lei que diminuía os poderes do presidente ,inconformado , Deodoro dissolveu o Congresso e decretou estado de sítio a 3 de Novembro . 
        A Reação dos oposicionistas não demorou muito . Em 22 de Novembro , os ferroviários da Central do Brasil desencadearam movimento grevista no Rio de Janeiro. O líder era o deputado José Augusto Vinhaes , militar ligado ao vice presidente Floriano Peixoto , que apoiava veladamente a oposição . 
        No dia seguinte . O almirante Custódio de Melo colocava-se a frente da tripulação de vários navios encorados na Baía de Guanabara , declarando-se em rebelião contra o governo desgastado , Deodoro acaba por renunciar . Floriano Assumiu então a presidência.
A presidência de Floriano Peixoto ( 1891 -1894)
    No governo , Floriano premiou Custódio de Melo com o ministério da Marinha e reabriu o Congresso .    Ao mesmo tempo , colocou políticos paulistas em altos postos . Com o apoio do Partido Republicano Paulista e da população carioca , governou de forma autoritária e atraiu contra si setores políticos e militares.   Para completar promoveu a deposição dos presidentes de estados que haviam apoiado Deodoro . Para o lugar deles nomeou homens de sua confiança . 
  Em Fevereiro de 1893 , eclodiu no Rio Grande do Sul a Revolução Federalista , liderados por ex- monarquista , Gaspar Silveira Martins , os rebeldes exigiam o afastamento do governador Júlio de Castilhos e a instituição do regime parlamentarista no país . A ultima exigência atingia diretamente o governo de Floriano . Meses depois , em setembro de 1893 , o almirante Custódio de Melo , que havia se afastado do governo por se considerar injustiçado , encabeçou mais uma rebelião a Revolta da Armada . Os dois movimentos foram duramente reprimidos . Não faltavam fuzilamentos e atos de atrocidade.
    A Revolta da Armada terminou em abril de 1894 , mas a Revolução Federalista se prologaria até agosto de 1895 , quando já  sob a presidência de Prudente de Morais , um acordo colocaria fim ao conflito .


FLORIANISTAS E JACOBINOS 
    No momento em que esmagou a revolta da armada Floriano Peixoto ,estava no auge de sua popularidade . Visto por muitos como o consolidador da Republica , era chamado de Marechal de Ferro . Em torno dele se criou uma corrente política que ficou conhecida como jacobinismo florianista . Na França o jacobinismo havia correspondido a ála mais radical da Revolução Francesa . Aqui ele reunia  grupos de militares de formação positivista , funcionários públicos que dependiam do governo para subir na hierarquia do Estado, pessoas das camadas médias descontentes com o governo de Deodoro e setores pobres da população que viam no Marechal uma esperança de melhoria nas condições de vida . 
   A ideologia desses grupos era uma espécie de nacionalismo violentamente antilusitano e a crença que Floriano era o salvador da República .  Os principais veículos de divulgação dos florianistas jacobinos eram os jornais cariocas O Nacional e o Jacobino

domingo, 26 de agosto de 2012

Mauá um pioneiro na Industria

  Durante o segundo reinado , destacou-se como empreendedor o industrial , banqueiro e comerciante Irineu Evangelista de Souza , mais conhecido como Visconde Barão de Mauá começou a firmar-se como empresário a partir de 1846 , quando comprou uma pequena fundição em ponta da Areia , no litoral da província do Rio de Janeiro . Em pouco tempo fez da oficina o principal estaleiro de construção naval do país . Em 1851 , deu início á instalação do serviço de iluminação a gás da capital do Império , com tubos e lampiões de ferro produzidos na fábrica de ponta da Areia . Alguns anos depois , construiu a primeira ferrovia brasileira , a estrada de Ferro Dom Pedro II , no Rio de Janeiro , inaugurada em 1854 . Também se destacou com iniciativas pioneiras no setor de transportes , como a empresa de bondes sobre trilhos puxados a burro , ligando a Tijuca a Botafogo , no Rio de Janeiro do Sul e Navegação a Vapor do Rio Amazonas . O Banco Mauá , por ele fundado , atuou também em outros países , principalmente na Argentina e no Uruguai . 
   Até 1860 , Mauá foi beneficiado pelas Tarifas Alves Branco . A partir desse ano o governo imperial adotou outra política alfandegária , diminuindo as taxas que incidiam sobre os produtos importados . Essa nova política prejudicava a nascente indústria brasileira . 
   Derrotado pela concorrência do capital estrangeiro , especialmente o inglês , Mauá foi obrigado a declarar falência em 1875 , desfazendo-se dos seus bens para pagar suas dívidas . Em 1879 , o governo voltou a aumentar as taxas alfandegárias , dificultando as importações . Essa política permitiu o surto industrial de fins do século XIX . A essa altura , porém , Mauá já não tinha condições de reagir , morrendo na pobreza em 1889 .

barão de mauá - o imperador e o rei (1999)

drama histórico 1813-1889) cinema nacional.avi 

FILME COMPLETO 



terça-feira, 21 de agosto de 2012

Brasil Império : O segundo Reinado


  • O segundo Reinado                                     

  Como você pode analisar na nossa ultima postagem relacionada ao período Regencial , a declaração da maioridade de d. Pedro de Alcântara três anos antes do previsto foi um golpe bem dado pelos liberais , oposicionistas da Regência de Araujo Lima . Sabe-se que o imperador deu apoio tácito á campanha liberal, diante da qual o governo conservador não teve como reagir, desgastado pelos movimentos revolucionários em todo o país . Declarada a maioridade em 23 de julho de 1840 , o jovem de 15 anos seria sagrado imperador no mesmo dia, com o título de d. Pedro II. Seu governo duraria 49 anos. Seria o último imperador do Brasil e o dirigente que mais tempo permaneceu no comando do país. 

  Em linhas gerais, pode-se dividir o segundo reinado em 2 momentos fundamentais : 

  • 1840-1870 - Marcado inicialmente por lutas civis e pela pacificação interna , foi um período de consolidação do Estado nacional e de relativa prosperidade econômica. Termina com o fim da Guerra do Paraguai. 
  • 1870-1889 - Momento de declínio no qual se fizeram sentir as consequências da guerra do Paraguai. Sofreu os abalos das campanhas abolicionista e republicana.  
  Daremos ênfase nesta postagem ao 1ª período sendo o segundo analisado a partir das questões Religiosa, Abolucionista e Militar por intermédio de um (vídeo aula músical) em vídeo com respectiva letra e explicação 

      Liberais e conservadores se alteram no poder 
SÁTIRA DEMONSTRANDO O IMPERADOR CONTROLANDO A ALTERNÂNCIA DE PODERES ENTRE LIBERAIS E CONSERVADORES ( Charge de Faria na revista o Melquetrefe)


  A administração no 2ª reinado organizou-se segundo os moldes do primeiro, com a volta do poder moderador e do conselho do Estado , abolido pelo Ato adicional de 1834. Investindo no poder , o jovem imperador montou seu ministério durou apenas 8 meses , pois não conseguiu pacificar as províncias e foi responsável por grandes escândalos, como as eleições do cacete . Realizadas ainda em 1840, as eleições do cacete receberam este nome porque os liberais organizaram grupos de arruaceiros para dissolver a cacetadas a reunião do conservadores , que também agiam da mesma forma sempre que estavam no poder. Além da intimidação física , os governistas lançaram mão de diversos tipos de fraude  , como urnas trocadas e resultados alterados . O escândalo provocado por esse procedimento foi tão grande que d.Pedro demitiu o gabinete e dissolveu a Câmara, convocando novas eleições , em Março de 1841 , tomou posse um ministério conservador . A reação dos liberais foi promover pequenas , rebeliôes armadas em 1842 , logo debeladas nas províncias de São Paulo e Minas. A partir de 1844 , sucederam-se vários governos liberais . em 1848 , os conservadores voltavam ao poder com um ministério chefiado por Araújo Lima , que fora titular da regências Una . A alternância entre conservadores e liberais no governo seria uma das grandes caracteristicas do 2ª Reinado . Até 1847 , o imperador - chefe do poder executivo - nomeava diretamente o ministério . Naquele ano um decreto do governo criou o cargo de presidente do conselho de Ministros. O Imperador passou então a nomear apenas o presidente do Conselho que por sua vez escolhia os demais ministros. Esse mecanismo levou alguns historiadores a comparar nosso modelo político ao parlamentarismo inglês com a expressão parlamentarismo ao avesso   Como as práticas politicas de reversamento entre os partidos não geravam mudanças era comum se ouvir a expressão " Não há mais nada conservador do que um liberal no poder " 
                         OBSERVE COMO O MESMO FUNCIONAVA : 





A Revolução Praieira 

    Por volta de 1845 , todas as rebeliões provinciais haviam sido sufocadas. Em Pernambuco, porém , continuavam a fermentar os ideais revolucionários. Por essa época , o descontentamento havia se generalizado entre as camadas média e baixa da população . O alvo dessa insatisfação era a dominação das famílias oligárquicas de Pernambuco , que monopolizavam o poder e a propriedade das terras , e o controle do comércio , exercido pelos portugueses. Sediado na rua da Praia ( Daí o nome do movimento), em Recife , o jornal Diário Novo , de tendência liberal era o foco do descontentamento.    Em torno dele organizaram-se as correntes de oposição a situação dominante . Os praieiros defendiam um programa avançado : voto livre  universal ; liberdade de imprensa ; extinção do poder moderador ; garantia de trabalho ; nacionalização do comércio ; que estava nas mãos de portugueses ; reformas econômicas e sociais. 
  Em outubro de 1847, foi nomeado para a presidência da província um político conservador de Minas Gerais, com a missão de sufocar as manifestações de descontentamento . Indignados com a medida , os praieiros tomaram as armas em Olinda em 7 de novembro . Rapidamente , a rebelião se estendeu para o interior ,mobilizando boiadeiros . pequenos arrendatários , negros e mulatos, sob a liderança d ePedro Ivo . Em fevereiro de 1849 os rebeldes entraram em Recife , mas foram repelidos pelas tropas imperiais . Dois meses, mais tarde, sem obter ajuda de outras províncias , Pedro Ivo depôs as armas e a rebelião chegou ao fim . em 1851 , o governo anistiou os lideres revolucionários presos . 

Uma nova riqueza : o café 
    No âmbito das atividades produtivas , verificaram-se importantes mudanças durante o segundo Reinado . Uma delas foi o deslocamento da primazia econômica das velhas regiões agrícolas do Nordeste para o Centro- Sul . Outra foi a decadência das lavouras tradicionais (cana,algodão,fumo) , paralelamente ao desenvolvimento do café , que até o período regencial tivera pouca importância . 

   As lavouras tradicionais enfrentavam condições internacionais desfavoráveis . Em 1850 , por imposição da Inglaterra , ocorreu a proibição definitiva do tráfico legal de escravos . O preço do escravo aumentou em mais de 100 % , já em decadência os Senhores de engenho do nordeste passaram a "exportar" escravos para as fazendas de café , principalmente do Vale do Paraíba. 

   Mesmo para os ricos fazendeiros de café , os preços dos escravos tornaram-se excessivamente altos ; sem contar o fato de que a rebeldia dos cativos aumentava aos serem separados de seus familiares e amigos com a venda para províncias distantes . A necessidade de intensificar o controle fazia o custo dessa mão de obra aumentar . A situação encontrada pelos cafeicultores do Oeste Paulista foi a promoção da imigração de trabalhadores assalariados de origem europeia. 

A marcha dos cafezais 


       Introduzido no Brasil em 1727, o café só ganhou importância definitiva um século depois. A independência dos Estados Unidos , em 1776 , contribuiu para a sua expansão, já que os norte- americanos tornaram-se grandes consumidores do produto . No século XIX, a exportação do café cresceria sem parar. Entre 1821 e 1830 , foram exportadas pouco mais de 3 mil sacas de 60 quilos . Na década de 1880 , essa cifra ultrapassaria o número de 51 mil sacas . 
        A cafeicultura exige chuvas regulares e solo especial . Após o plantio , o pé de café leva de 4 a 5 anos para produzir , o que pressupõe empatar por longo tempo grande soma de capital sem retorno imediato . No sudeste do País existiam condições climáticas e de capital favoráveis  por isso as lavouras de café avançavam nessa região . 

O   café lidera a economia 

  Durante o segundo Reinado , o café manteve a posição alcançada na regência de mais importante produto de exportação . Na receita das vendas externas brasileiras, entre 1840 e 1890, enquanto caia a participação do açúcar (26,7% para 9,9%) e do algodão (7,5% para 4,2%) a do café subia de (41,4% para 61,5%) A partir de 1860 , os tradicionais déficts na balança comercial deram lugar a superávits . em Certas camadas  sociais e regiões melhorou o padrão de vida e a economia , sofreu um novo impulso , com o surgimento de ´fabricas e de novos meios de transporte . Além do aumento da produção cafeeira tivemos a mudança da politica alfandegária (Tarifa Alves Branco) e abolição da escravidão que gerou possibilidade para investimentos em outras áreas de produção .


O Brasil sob a dependência da Inglaterra 

    Paralelamente á expansão do café , verificou-se o aumento das aplicações de capitais ingleses na economia brasileira . Apesar de ampliar a dependência externa , os novos investimento possibilitaram :
  • A construção de ferrovias e estradas ; 
  • O aparelhamento dos portos ;
  • O equilíbrio das finanças externas , sem que fossem sacrificadas as importações  
  
   A construção de estradas de ferro e outras obras de infra-estrutura no país ocorreram enquanto foram favoráveis as perspectivas de lucros ao capital internacional . Os investimentos eram direcionados aos setores mais lucrativos , como as ferrovias e o comércio de exportação . Em 1840 , 50 % das exportações de açúcar e café eram realizadas por firmas inglesas . Serviços urbanos , como a rede de esgotos e de abastecimento de água do Rio de Janeiro , atraíram igualmente investimentos diretos de empresas de capital estrangeiro , sobretudo britânico . 
     A maior parte do capital externo , contudo, chegava aqui sob a forma de empréstimos . Assim , de 1852 até o fim do império , o Brasil levantou na Inglaterra onze empréstimos públicos , no valor global de 60 milhões de libras , grande parte usada para pagar dívidas antigas . 

   
 A Questão Christie
 Na primeira metade do século XIX , a Inglaterra passou a pressionar os países escravistas para que abolissem a escravidão . Por volta de 1860 , o embaixador britânico , Willian Christie , denunciou o desrespeito a uma lei de 1831 que declarava livres todos os negros chegados ao Brasil daquele ano. A denuncia provocou mal-estar nas elites brasileiras . Para agravar a situação , 3 oficiais da marinha inglesa foram presos por um soldado no rio de Janeiro , por promoverem desordens . Em represália , barcos , britânicos apreenderam navios brasileiros na Bahia de Guanabara . A reação do imperador foi o rompimento de relações diplomáticas com a Inglaterra , fato que perduraria até 1865
                                                                
                                             A Guerra do Paraguai 
                                      


                                             A CRISE DO IMPÉRIO 


1870-1889 - Momento de declínio no qual se fizeram sentir as consequências da guerra do Paraguai. Sofreu os abalos das campanhas abolicionista e republicana.  


A Crise do Império - PERCEBA QUE AS PARTES 2 , 3 E 4 REFEREM-SE RESPECTIVAMENTE A QUESTÃO LATIFUNDIÁRIA , A QUESTÃO RELIGIOSA E A QUESTÃO MILITAR
Letra:

Parte 1:
O Poder imperial,
não poderia mais se equilibrar
e aos poucos o seu apoio
iria o abandonar.

Coro:
É, é assim
que na história do império
a gente escreve o fim ( Bis/ 2x )

Parte 2:
Latifundiários da abolição
não queria nem ouvir falar
é por isso que gradativa
a abolição ira se concretizar

Coro:
É, é assim
que na história do império
a gente escreve o fim ( Bis/ 2x )

Parte 3:
Padre maçom para o clero concerteza
não era nada bom,
então o império "IRIA DESENTOAR
NESTA CANÇÃO"

Coro:
É, é assim
que na história do império
a gente escreve o fim ( Bis/ 2x )

Parte 4:
O Exército chegaria,
para aproveitando da crise,
iria então questionar
como a República inicar....
.... O RECONHECIMENTO DA GUERRA
DO PARAGUAI IRIA COBRAR ....

Coro:
É, é assim
que na história do império
a gente escreve o fim ( Bis/ 2x )


LINK RELACIONANDO EXPLICAÇÃO DA CRISE DO IMPÉRIO E A ORIGEM DA REPÚBLICA